Na reta final, Davos ouve Trump (em vídeo) e CEO da Sonae
O Fórum Económico Mundial de Davos está a chegar ao fim, mas é na véspera do adeus à 55ª edição que intervém um dos nomes mais esperados: o novo presidente dos Estados Unidos da América. Donald Trump vai discursar, através de videoconferência, no evento onde tem sido tema de destaque, três dias depois de chegar […]
O Fórum Económico Mundial de Davos está a chegar ao fim, mas é na véspera do adeus à 55ª edição que intervém um dos nomes mais esperados: o novo presidente dos Estados Unidos da América. Donald Trump vai discursar, através de videoconferência, no evento onde tem sido tema de destaque, três dias depois de chegar à Casa Branca.
A conversa de 45 minutos – sem um assunto em concreto – está prevista para as 17h00 (16h00 em Lisboa) e será moderada pelo fundador e CEO do fórum, Klaus Schwab e Børge Brende. Difícil de ignorar, até porque faz parte da agenda do certame, é o reforço das tarifas – algo que a própria presidente do BCE admite que a Europa deve estar preparada para os eventuais impactos. Christine Lagarde prevê tarifas “mais seletivas, focadas”. “O que precisamos de fazer aqui na Europa é estar preparados e antecipar o que irá acontecer para responder” a estas medidas, explicou, em entrevista ao canal CNBC a partir da estância que recebe os maiores líderes mundiais esta semana.
Portugal far-se-á representar em Davos esta quinta-feira por uma das mulheres mais poderosas do país, a CEO da Sonae, Cláudia Azevedo, que dividirá o palco com o CEO da consultora Deloitte, Joe Ucuzoglu, ou ministro indiano do Desenvolvimento de Competências e do Empreendedorismo, Jayant Chaudhary, para opinar sobre “Requalificação na Era da Inteligência”.
“Com as empresas a investirem atualmente mais de 240 mil milhões de dólares anualmente em Inteligência Artificial e infraestrutura digital, a falta de competências continua a ser a principal barreira para desbloquear todo o potencial da transformação digital. Que esforço de colaboração é necessário para colmatar as lacunas e obter os benefícios para a competitividade, o crescimento e a produtividade?”, lê-se no resumo da sessão.
Cláudia Azevedo é habitué nesta grande conferência. Na edição do ano passado, escolheu o palco dos Alpes suíços para defender uma reforma da subsidiarização do ensino superior e mais parcerias público-privadas para a educação dos adultos.
“O modelo tradicional de subsidiarização da educação tem mesmo de mudar. Se nos quisermos requalificar aos 30, aos 40 anos ou até 50 anos – que preciso por causa dos empregos – já não existem os subsídios públicos como temos aos 18 anos. Provavelmente, o sistema de subsidiar universidades já não funciona”, afirmou a gestora no painel “The Race to Reskill” (“A Corrida para a Requalificação”).
E em 2023, um ano em que a batalha pelos melhores talentos estava no auge, falou numa sessão chamada “Atracting Talent” (“Atrair talento”) sobre como conquistar e reter recursos humanos nas organizações. Quando as economias ainda estavam a enfrentar os efeitos da pandemia de Covid-19, em 2022 debateu sobre a hipótese de uma “Rise of the Stay-at-Home Economy” (“Ascensão da Economia que Fica em Casa”) ligada ao setor do retalho, onde a Sonae se insere, nomeadamente quais as implicações do crescimento do comércio eletrónico (e-commerce) para as comunidades, consumidores e empresas.
No ano anterior é que se debruçou sobre uma temática ligeiramente diferente: a reorientação dos conselhos de administração para o longo prazo, onde abordou como os líderes das organizações podem tentar criar um tecido empresarial mais focado no valor para os stakeholders e para o ambiente.
A 55ª edição do Fórum Económico Mundial, que decorre entre os dias 20 e 24 de janeiro, está subordinada ao tema “Collaboration for the Intelligent Age” (“Colaboração para a Era da Inteligência”) e deverá receber cerca de três mil líderes mundiais de 130 países, entre os quais 60 chefes de governo e 900 CEO ou presidentes de empresas. A CEO da Sonae, Cláudia Azevedo, vai discursar na quinta-feira às 12h15 (hora de Lisboa) sobre como se pode garantir um acesso mais equitativo aos benefícios da inteligência artificial a nível global.
A agenda de hoje terá também um especial foco na Ucrânia, contando com a ministra ucraniana da Economia, Yuliia Svyrydenko, o responsável pela pasta dos Negócios Estrangeiros e Roberta Metsola, presidente do Parlamento Europeu.
Para receber todas estas individualidades, a segurança está reforçada em Davos desde o Natal através de cerca de cinco mil membros das Forças Armadas suíças que estão destacados para evitar e responder às ameaças de violência ou terrorismo. Desta vez, o contexto meteorológico é menos severo, comparativamente ao ano passado, quando as mínimas eram de -16ºC. Até sexta-feira, esperam-se temperaturas mínimas de – 6ºC e máximas de 7ºC.
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