BC posta vídeo para negar tributação do Pix após Fisco revogar norma
Perfil do Banco Central usou publicação repleta de memes, criticou "lorota" e que "nada muda nas regras do Pix, bebê"
O BC (Banco Central) publicou um vídeo em suas redes sociais nesta 4ª feira (15.jan.2025) para negar que haverá uma tributação de operações mensais via Pix acima de R$ 5.000.
A publicação foi feita às 18h06, cerca de duas horas depois de a Receita Federal recuar e anunciar que vai derrubar a instrução normativa que aumentava a fiscalização de transferências acima desse valor por pessoas físicas –a norma nunca dispôs sobre impostos diretos sobre o pagamento digital.
Feito em tom próprio das redes sociais, o conteúdo usa memes e faz uma brincadeira com a sigla “BC” e o hit do verão “Descer pra BC [de Balneário Camboriú]”, da dupla Brenno e Matheus. A autarquia diz que a notícia sobre a taxação é uma “lorota”, que os internautas que acreditaram na história são “adoradores de ET” e que “nada muda nas regras do Pix, bebê”.
O estilo da publicação não é uma novidade da gestão de Gabriel Galípolo, o indicado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para a autoridade monetária. O BC já havia publicado vídeos do “BC Sincero” em dezembro, ainda sob o comando de Roberto Campos Neto.
Assista:
Faaaaala meus amantes de teoria da conspiração e caçadores de tarifa em serviço de pagamento gratuito! BC Sincero na área para aliviar o coraçãozinho de quem desceu pro BC com a cabecinha cheia de fake news sobre cobrança de taxa no Pix e fim do sigilo bancário das suas finanças. pic.twitter.com/VkslXo3XSP
— Banco Central BR (@BancoCentralBR) January 15, 2025
Na legenda do post, o Banco Central diz que o objetivo é “aliviar o coraçãozinho de quem desceu pro BC com a cabecinha cheia de fake news sobre cobrança de taxa no Pix e fim do sigilo bancário das suas movimentações financeiras”.
A autarquia destaca que as transações via Pix continuam gratuitas para pessoas físicas e que o sigilo das movimentações financeiras está assegurado por lei. “Nada muda nas regras do Pix, bebê. Se você fazia Pix gratuitamente, vai continuar fazendo. Não tem tarifa nenhuma”, diz a narração, em tom humorístico.
A publicação também alerta para possíveis golpes associados aos boatos: “E por favor, não me venham pagar boletos de cobrança do Pix que estão rodando só porque vocês decidiram comprar essa balela. Isso é golpito. Puro suco de golpe”.
O Poder360 entrou em contato com o Banco Central para questionar sobre o motivo da publicação ter sido feita depois do Fisco anunciar a suspensão da instrução normativa. Não recebeu resposta até a publicação desta reportagem. O espaço segue aberto para manifestação.
CAMPANHA NAS REDES
Nos últimos dias, o governo federal intensificou ações de comunicação para negar as notícias que citam uma possível tributação sobre o Pix. Vídeos como o do deputado Nikolas Ferreira (PL-MG), que acusa o governo de tratar pequenos comerciantes como “sonegadores”, viralizaram nas redes –foram mais de 200 milhões de visualizações no Instagram em pouco mais de 1 dia.
Como mostrou o Poder360, a incerteza fez com que janeiro tivesse o menos nível de operações do Pix em 6 meses. O levantamento só considera as transações feitas até o dia 14 de cada mês.
Além disso, a ampliação do monitoramento das transações deixou comerciantes e pequenos empreendedores com dúvidas sobre a continuidade do uso do Pix para receber pagamentos.
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