Helio Azevedo: as lições de um “vendedor raiz” nas big techs Microsoft e SAP

O Fora do Forecast está de volta! Na estreia da nova temporada do podcast do Agendor, Helio Azevedo compartilhou suas histórias e aprendizados acumulados ao longo de uma carreira repleta de experiências inusitadas. 

Ex-funcionário de gigantes como Microsoft, SAP e IBM, ele é a personificação do vendedor raiz, com passagens que ilustram tanto os desafios quanto as curiosidades do mundo corporativo.

Neste artigo, exploramos os principais pontos abordados nesse papo imperdível com Helio Azevedo. 

Para assistir na íntegra, é só dar o play abaixo:

Você também pode ouvir o episódio aqui:

De desenvolvedor a vendedor: a transição que transformou uma carreira

Helio iniciou sua jornada profissional como desenvolvedor, mas a transição para a área de vendas foi um ponto de inflexão em sua carreira.

Trabalhando na IBM, ele percebeu que sua habilidade de traduzir as necessidades dos clientes para soluções técnicas poderia ser aplicada com sucesso no universo comercial.

“Na verdade eu já tinha muita facilidade com os clientes, eu adorava essa resenha. Foi assim, do nada. Eu tinha um certo preconceito com vendas, com vendedor. Mas quando eu fui estudar metodologia, eu descobri que não era dom, era técnica. Tem uma sequência lógica que se você executar, você vai fechar mais negócio”, explicou.

Esse aprendizado veio à tona quando participou de um curso de “Solution Selling” na Microsoft, onde aprendeu que vender é, acima de tudo, um processo estruturado e repleto de estratégias. 

A mudança de perspectiva não apenas impulsionou sua carreira, mas também o ajudou a formar novos talentos na área comercial.

Combate à pirataria: os bastidores da Microsoft Brasil

Nos anos 2000, Helio participou de uma das iniciativas mais desafiadoras da Microsoft no Brasil: o combate à pirataria. Na época, o país era o quarto mais pirata do mundo em softwares como Windows e Office.

Ele relembra histórias curiosas desse período, como o famoso caso do cliente que ligou para o suporte reclamando de um problema em um Windows pirata.

“O cliente ligou dizendo que não conseguia usar o sistema por causa de uma janelinha bloqueando o uso. Ele não entendia que aquilo era uma medida contra a pirataria”, contou, ressaltando a ingenuidade de muitos usuários na época.

Essa experiência demonstrou o quanto era necessário educar o mercado, ao mesmo tempo em que eram promovidas soluções mais acessíveis para regularizar o uso de softwares.

O bug do milênio: um exagero ou uma oportunidade?

Outro episódio marcante da carreira de Helio foi sua vivência durante o temido “bug do milênio”.

Segundo ele, embora muitas das preocupações fossem justificadas, o pânico em torno do tema acabou servindo como um impulsionador de vendas de software.

“Era verdade que muitos sistemas bancários precisavam de atualizações, mas o alarde também ajudou a vender novas soluções tecnológicas para as empresas”, comentou.

Helio relembrou como empresas de software, como a SAP, mobilizaram equipes inteiras para solucionar problemas relacionados à transição de datas e garantir que sistemas críticos continuassem funcionando.

Na SAP, como diretor, Helio montou do zero a área de SMB (em português, PME — pequenas e médias empresas) com o lançamento do SAP Business One, conquistando mais de 2 mil novos clientes e gerando mais de 40 milhões de dólares de venda incremental.

Histórias curiosas do lançamento do Windows 2000

Como gerente de produto na Microsoft Brasil, Helio foi responsável pelo lançamento de duas versões muito marcantes do Windows (2000 e XP), com 78 milhões de dólares em vendas.

O lançamento do Windows 2000 foi um marco para a Microsoft no Brasil. Em uma estratégia ousada, Helio liderou uma campanha que distribuiu caixas do software para passageiros da ponte aérea Rio-São Paulo. O objetivo era atingir decisores e criar awareness entre executivos.

“Colocamos uma caixinha de Windows em cada poltrona entre 6h e 8h. A ideia era fazer com que os diretores experimentassem o software e sentissem a diferença em relação ao que usavam no trabalho”, explicou.

Essa abordagem gerou ligações inesperadas de executivos pedindo para regularizar suas licenças empresariais, provando que uma boa estratégia de marketing pode gerar resultados imediatos.

A influência da música: aprendendo baixo aos 50 anos

Fora do ambiente corporativo, Helio também é apaixonado por música e decidiu aprender a tocar baixo aos 50 anos. Essa experiência, para ele, foi um exemplo de como nunca é tarde para abraçar novos desafios.

“Fiz questão de aprender com um professor e investir em um bom instrumento. Hoje, toco melhor baixo do que toquei violão a vida inteira”, avaliou.

A paixão pela música também se reflete em eventos como o Brasil Sales Summit, onde surpreendeu o público ao se apresentar com uma banda.

Cultura do improviso: as lições da música para a vida

Helio é um grande entusiasta do samba e acredita que a cultura do improviso presente no gênero pode trazer lições valiosas para a vida.

Ele compartilhou uma anedota sobre como tocar percussão em rodas de samba o ajudou a desenvolver habilidades como escuta ativa e adaptação.

“No samba, você precisa ouvir os outros instrumentos e se ajustar à dinâmica da roda. Isso é muito parecido com liderar equipes ou negociar com clientes: é essencial saber o momento de entrar e o de recuar”, comparou.

Ele também destacou a receptividade do samba, onde todos têm espaço para contribuir, desde que respeitem o coletivo.

“Essa é uma lição que levo para todos os aspectos da minha vida, seja no trabalho ou nos momentos de lazer”, concluiu.

Fora do Forecast: um convite para explorar os bastidores das vendas

Histórias como as de Helio Azevedo mostram que o mundo das vendas é repleto de aprendizados, desafios e momentos de superação.

O Fora do Forecast, apresentado por Júlio Paulillo e Gustavo Gomes, é um espaço criado pelo Agendor onde esses bastidores ganham voz.

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